O crescimento do número de casos da leishmaniose visceral é alarmante. Contudo, só não é mais assustador do que a doença potencialmente fatal em si, e os seus severos sintomas, tanto para o homem, quanto para os animais.
A leishmaniose visceral canina, é uma doença endêmica que já se espalhou pelo mundo. Dos casos registrados na América latina, o Brasil representa 90% do total.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2013 foram notificados 3.253 casos desta doença em humanos no Brasil. No período de 2000 a 2011, a Leishmaniose matou mais do que a dengue em nove estados do país. Até o ano de 2014 a Leishmaniose foi notificada em 21 dos 26 estados brasileiros.
O que você vai encontrar neste post: Como ocorre o contágio da leishmaniose visceral?
Como ocorre o contágio da leishmaniose visceral?
A leishmaniose visceral ou calazar é uma doença que acomete várias espécies, incluindo o homem (é uma zoonose). No Brasil é causada pelo parasito Leishmania Infantum Chagasi.
A forma mais comum de transmissão é através do vetor, um flebótomo (Lutzomyia longipalpis) conhecido principalmente como mosquito palha. Ao picar um animal infectado, a fêmea do mosquito palha ingere a leishmania e a transmite para outros animais através da picada.
Os principais sintomas no cão são: alopecia (perda de pelos), descamação da pele sobretudo no focinho, úlceras na pele (mais comum na orelha, na cauda e no focinho), emagrecimento, desânimo e onicogrifose (crescimento exagerado das unhas). É uma doença difícil de diagnosticar, pois 60% dos animais podem não apresentar sinais clínicos.
O cão é considerado uma espécie muito importante no ciclo da leishmaniose visceral em áreas urbanas, pela proximidade com o humano e por ter alta capacidade de infectar o vetor, fazendo com o que ocorra o ciclo da doença.
A leishmaniose visceral canina é uma doença que não tem cura parasitológica, ou seja, os medicamentos para tratamento têm o objetivo de diminuir a carga de parasitas circulantes no organismo e com isso, a diminuição dos sinais clínicos. O acompanhamento do cão junto ao médico veterinário deverá ser para o resto da vida. Por isso, a prevenção é sempre a melhor solução.
Como combater a propagação do mosquito-palha?
As larvas do mosquito-palha, vetor da leishmaniose, se alimentam de matéria orgânica, como lixo doméstico (restos de comida), frutos apodrecidos, folhas de árvores, vegetais em decomposição e fezes de animais. Os ovos do mosquito-palha são colocados em locais sombreados e úmidos e que tenham fonte de alimentação para as larvas que eclodirão.
O mosquito-palha sai de seu abrigo e apresenta maior atividade nos horários mais frescos do dia, como ao anoitecer e durante a noite. Portanto em áreas endêmicas da leishmaniose, passeios com os cães no final da tarde e à noite devem ser evitados.
Gatos também podem ter leishmaniose?
Além dos cães, os felinos são também podem ser portadores de leishmaniose, também se infectam, desenvolvem a doença e são capazes de transmiti-la.
Posso pegar leishmaniose visceral do meu cachorro?
Você não pega ou transmite leishmaniose visceral, tanto do seu cão para você, bem como de você diretamente para seu cão. Ou ainda, não pega ou passa de um humano para outro. E também, não é transmissível de um cão para outro.
Para que ocorra a infecção é preciso um vetor, que neste caso é o mosquito-palha, um flebotomíneo da espécie Lutzomyia longipalpis. Além disso, antes de transmitir a doença o mosquito também precisa estar infectado pelo parasita, e isso se da quando um flebotomíneo pica um animal infectado.
Dessa forma, no intestino do vetor (mosquito-palha), os parasitas são liberados e se transformam em promastigotas. Dentro do mosquito elas se multiplicam no intestino médio ou posterior para então migrarem para a válvula estomodeal do vetor, onde formam um tampão que degrada a válvula e impede a ingestão de sangue. O inseto, ao realizar outra refeição, é obrigado a ejetar os promastigotas para o animal picado, para então conseguirem sugar sangue, e é desta forma que os parasitas chegam a um novo hospedeiro.
A prevenção e o combate ao mosquito-palha são as estratégias de combate a doença mais eficazes. O cachorro com leishmaniose visceral canina é considerado o reservatório da doença mais comum no meio urbano , e por isso o tutor deve ter toda atenção e cuidados com o seu pet afim de evitar que ele seja contaminado e se torne um reservatório do parasita causador da leishmaniose visceral.
Como prevenir meu cão da leishmaniose visceral canina?
De certa forma, não é errado dizer que ao proteger seu cão contra a leishmaniose visceral canina você também está protegendo a você e sua família.
A vacinação pode ser feita em cães a partir do 4º mês de idade por um médico veterinário.
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