Saiba como proteger seu pet contra a leishmaniose visceral canina!
- Vet + Vida Clínica Veterinária
- 27 de jul. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: há 2 dias
O crescimento do número de casos da leishmaniose visceral é alarmante. Contudo, só não é mais assustador do que a doença potencialmente fatal em si, e os seus severos sintomas, tanto para o homem, quanto para os animais.
A leishmaniose visceral canina, é uma doença endêmica que já se espalhou pelo mundo. Dos casos registrados na América latina, o Brasil representa 90% do total.
De acordo com o Ministério da Saúde, só em 2023, o Brasil registrou cerca de 13 mil casos de leishmaniose tegumentar em humanos e uma média de 2 mil casos por ano da forma visceral, considerada a mais grave. Em estados como o Ceará, foram mais de 7 mil casos notificados de leishmaniose visceral em apenas uma década, mostrando que o problema persiste em diversas regiões do país. Além disso, a doença já foi registrada em praticamente todos os estados brasileiros, incluindo áreas antes consideradas livres da infecção.
O que você vai encontrar neste post: Como ocorre o contágio da leishmaniose visceral?

Como ocorre o contágio da leishmaniose visceral?
A leishmaniose visceral ou calazar é uma doença que acomete várias espécies, incluindo o homem (é uma zoonose). No Brasil é causada pelo parasito Leishmania Infantum Chagasi.
A forma mais comum de transmissão é através do vetor, um flebótomo (Lutzomyia longipalpis) conhecido principalmente como mosquito palha. Ao picar um animal infectado, a fêmea do mosquito palha ingere a leishmania e a transmite para outros animais através da picada.
Os principais sintomas no cão são: alopecia (perda de pelos), descamação da pele sobretudo no focinho, úlceras na pele (mais comum na orelha, na cauda e no focinho), emagrecimento, desânimo e onicogrifose (crescimento exagerado das unhas). É uma doença difícil de diagnosticar, pois 60% dos animais podem não apresentar sinais clínicos.
O cão é considerado uma espécie muito importante no ciclo da leishmaniose visceral em áreas urbanas, pela proximidade com o humano e por ter alta capacidade de infectar o vetor, fazendo com o que ocorra o ciclo da doença.
A leishmaniose visceral canina é uma doença que não tem cura parasitológica, ou seja, os medicamentos para tratamento têm o objetivo de diminuir a carga de parasitas circulantes no organismo e com isso, a diminuição dos sinais clínicos. O acompanhamento do cão junto ao médico veterinário deverá ser para o resto da vida. Por isso, a prevenção é sempre a melhor solução.
Como combater a propagação do mosquito-palha?
As larvas do mosquito-palha, vetor da leishmaniose, se alimentam de matéria orgânica, como lixo doméstico (restos de comida), frutos apodrecidos, folhas de árvores, vegetais em decomposição e fezes de animais. Os ovos do mosquito-palha são colocados em locais sombreados e úmidos e que tenham fonte de alimentação para as larvas que eclodirão.
O mosquito-palha sai de seu abrigo e apresenta maior atividade nos horários mais frescos do dia, como ao anoitecer e durante a noite. Portanto em áreas endêmicas da leishmaniose, passeios com os cães no final da tarde e à noite devem ser evitados.
Gatos também podem ter leishmaniose?
Além dos cães, os felinos são também podem ser portadores de leishmaniose, também se infectam, desenvolvem a doença e são capazes de transmiti-la.
Posso pegar leishmaniose visceral do meu cachorro?
Você não pega ou transmite leishmaniose visceral, tanto do seu cão para você, bem como de você diretamente para seu cão. Ou ainda, não pega ou passa de um humano para outro. E também, não é transmissível de um cão para outro.
Para que ocorra a infecção é preciso um vetor, que neste caso é o mosquito-palha, um flebotomíneo da espécie Lutzomyia longipalpis. Além disso, antes de transmitir a doença o mosquito também precisa estar infectado pelo parasita, e isso se da quando um flebotomíneo pica um animal infectado.

Dessa forma, no intestino do vetor (mosquito-palha), os parasitas são liberados e se transformam em promastigotas. Dentro do mosquito elas se multiplicam no intestino médio ou posterior para então migrarem para a válvula estomodeal do vetor, onde formam um tampão que degrada a válvula e impede a ingestão de sangue. O inseto, ao realizar outra refeição, é obrigado a ejetar os promastigotas para o animal picado, para então conseguirem sugar sangue, e é desta forma que os parasitas chegam a um novo hospedeiro.
A prevenção e o combate ao mosquito-palha são as estratégias de combate a doença mais eficazes. O cachorro com leishmaniose visceral canina é considerado o reservatório da doença mais comum no meio urbano , e por isso o tutor deve ter toda atenção e cuidados com o seu pet afim de evitar que ele seja contaminado e se torne um reservatório do parasita causador da leishmaniose visceral.
Como prevenir meu cão da leishmaniose visceral canina?
Felizmente, existem formas eficazes de prevenção. A primeira delas é a vacinação. Atualmente, o protocolo inclui três doses iniciais e reforços anuais. Manter a carteirinha do seu cão atualizada é um passo fundamental.
Além da vacina, é importante utilizar coleiras repelentes, que ajudam a afastar o mosquito transmissor. Essas coleiras liberam substâncias que protegem o pet por vários meses e são aliadas indispensáveis no combate à doença.
Evitar passeios em horários de maior atividade do mosquito, como no início da manhã e ao entardecer, também é uma medida de precaução. E se você vive em áreas de risco, pode considerar a instalação de telas de proteção em portas e janelas.
Por fim, manter o ambiente limpo, sem acúmulo de matéria orgânica, e realizar consultas periódicas com o médico veterinário são cuidados que fazem toda a diferença.
Proteger é um ato de amor. E quando falamos de leishmaniose, a prevenção ainda é o melhor remédio.
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